Filarmônica 25 de Março, de Feira de Santana, investe no aprimoramento de seus componentes, na formação de novos músicos, e numa rede de intercâmbio e fortalecimento de todas as filarmônicas da Bahia.
“Conexão 25 em Banda Larga” é o nome do projeto cultural desenvolvido, em Feira de Santana, pela Sociedade Filarmônica 25 de Março, que mantém uma das mais antigas filarmônicas em atividade na Bahia. A entidade foi contemplada, em dezembro passado, pelo Prêmio das Artes Jorge Portugal, ficando em primeiro lugar entre as 48 propostas aprovadas na categoria de ações voltadas para a preservação e difusão das filarmônicas da Bahia.
O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia), via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.
Durante três meses, entre primeiro de fevereiro e 10 de abril deste ano, o Conexão 25 em Banda Larga desenvolverá aulas tutoriais de instrumentos de sopro e percussão para 22 crianças, adolescentes e adultos que fazem parte da Sociedade Filarmônica 25 de Março; promoverá aulas master classes para músicos de outras filarmônicas do estado; e realizará colóquios voltados para mestres de bandas de diversas cidades baianas, além de professores e pesquisadores de música, em que serão abordadas questões relacionadas à história, repertórios, iconografia, educação patrimonial, prática musical e gestão de sociedades filarmônicas. Devido à pandemia da Covid 19, tudo será feito por meio de aplicativos e plataformas virtuais.
Segundo o curador e produtor executivo do projeto, o maestro Antonio Carlos Batista Neves Júnior, os objetivos do Conexão 25 em Banda Larga são estimular a prática musical e contribuir para a formação sociocultural de crianças, jovens e adolescentes, principalmente aqueles em situação de vulnerabilidade social; melhorar o nível técnico dos músicos que já atuam em bandas
filarmônicas; e estimular a consolidação de uma rede de intercâmbio entre as filarmônicas baianas, fortalecendo, desta forma, uma das mais importantes manifestações culturais do nosso estado.
As aulas serão ministradas pelos professores Celso José Rodrigues Benedito, Cristiano Pereira Lira, Everaldo do Espírito Santo e Santo, Fábio Carmo Plácido, Flávio Hamaoka, Jezyel Levy Maia de Cerqueira, Joel Luis da Silva Barbosa, Rodrigo Machado e o próprio Antonio Neves, todos com notório conhecimento musical e reconhecida atuação nas áreas do ensino e da promoção de atividades relacionadas à preservação e à difusão do repertório das bandas filarmônicas.
Fundada em 1868, a Filarmônica 25 de Março completará 153 anos no dia 25 de março deste ano. Ao longo de sua trajetória, teve uma participação intensa no cenário cultural de Feira de Santana, com inúmeras apresentações em coretos, inaugurações, procissões, bailes e outros eventos sociais, cívicos e religiosos da cidade. Entre seus maestros, destacam-se Estevam Moura, Tertuliano Santos e Amando Nobre, que contribuíram para a construção de um acervo de cerca de 600 partituras, grande parte delas de compositores feirenses. A partir do final dos anos 1990, a 25 de Março passou por um período de duas décadas de inatividade. Mas em 2014, com a criação da Escola de Música Maestro Estevam Moura, a filarmônica voltou a se erguer, atraindo crianças e adolescentes, que prometem ser o futuro desse importante patrimônio cultural de Feira de Santana.
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